Reflexões sobre os fatores que afastam a Geração Z da CLT revelam mudanças nas relações de trabalho e desafiam modelos tradicionais de gestão.
“Não se trata de comandar, mas de liderar com propósito”. Foi com essa reflexão que a Coordenadora de Desenvolvimento Profissional do Conselho Regional de Administração do Distrito Federal (CRA-DF) e membra da Comissão ADM Mulher, Admª Juliana Solidade, iniciou sua participação em uma entrevista sobre os desafios do mercado de trabalho e os motivos que têm levado a Geração Z a recusar vínculos formais regidos pela CLT.
A entrevista foi conduzida por Arthur Filho e transmitida pela Rádio TV Justiça nesta terça-feira, 8 de julho. Além de Juliana, o debate contou com a presença da Dra. Gracileide Bacelar — advogada, mediadora e conciliadora judicial — e de George Medeiros, presidente da Associação Brasileira de Desenvolvimento e Capacitação (ABDCAP).
Na ocasião, Juliana destacou que sua atuação junto ao público jovem no CRA-DF lhe proporciona uma escuta qualificada sobre as expectativas e os comportamentos dessa nova geração. “Os jovens de hoje valorizam a liberdade e estão focados no presente. Diferente das gerações anteriores, que buscavam estabilidade em carreiras corporativas de longo prazo, eles têm outras referências de sucesso”, pontuou.
Segundo a coordenadora, a recusa ao modelo tradicional de contratação via CLT está relacionada à rejeição de hierarquias rígidas, rotinas exaustivas e estruturas que impactam a saúde física e emocional. “Eles olham para o adulto ‘bem-sucedido’ e enxergam alguém com burnout, ansiedade e frustrações. Então se perguntam: vale a pena pagar esse preço por um cargo? Para muitos, a resposta é não. Eles querem viver o agora.”
Por fim, Juliana alertou que o desafio da escassez de mão de obra jovem não deve ser atribuído exclusivamente à Geração Z. “A responsabilidade de transformar esse cenário é coletiva — de empresas, instituições, educadores e gestores públicos. Precisamos construir ambientes que façam sentido para esse novo profissional”, concluiu.
Nathália Fernandes
Assessoria de Comunicação